Nutrição

PARA QUEM VIVE COM HIV

Você é o que você come. Já ouviu essa frase, não é? Pois bem, ela é a mais pura verdade. Ter uma alimentação saudável é o caminho para uma vida sem doenças.

Pessoas vivendo com HIV não são diferentes, e devem ter uma atenção ainda maior. Segundo a Dra. Erika Ferrari, infectologista e nutróloga, “uma alimentação adequada é crucial para garantir um bom suprimento de energia, macronutrientes e micronutrientes necessários para o desenvolvimento e manutenção da resposta imunológica

O papel da nutrição no sistema imunológico

De acordo com a Dra. Erika, o sistema imunológico e a nutrição estão diretamente relacionados. “Micronutrientes, como vitaminas A, C, D, E e minerais como zinco e selênio, são fundamentais para manter o sistema imunológico forte”, destaca. Esses nutrientes ajudam o corpo a combater infecções e a se recuperar mais rapidamente. A falta desses nutrientes pode comprometer a resposta imune, especialmente em pessoas com HIV, que já têm uma demanda maior por nutrientes devido ao uso prolongado de medicamentos e à própria condição.

Grupos alimentares essenciais

Para garantir uma boa nutrição, a Dra. Erika enfatiza a importância de incluir todos os três grupos de macronutrientes nas refeições principais: proteínas, carboidratos e gorduras. Ela sugere que as refeições incluam uma variedade de alimentos que forneçam proteínas (tanto de origem animal quanto vegetal), carboidratos saudáveis e gorduras boas. Além disso, frutas e verduras são essenciais para garantir a ingestão de vitaminas e minerais, importantes para fortalecer o sistema imunológico.

“Uma dieta balanceada é fundamental. Temos que evitar modismos que restringem grupos alimentares, pois isso pode privar o corpo de nutrientes essenciais. Por exemplo, uma pessoa que segue uma dieta restritiva em carboidratos pode perder a oportunidade de consumir alimentos ricos em fibras e vitaminas”, explica a médica.

Atenção à deficiência de micronutrientes

Dra. Erika também alerta para a possibilidade de deficiência de certos nutrientes em pessoas que não seguem uma dieta variada. “Por exemplo, a deficiência de vitamina D é muito comum, mesmo em países tropicais. Isso pode afetar o sistema imunológico, causar fadiga e até alterar o humor”, afirma. Outros nutrientes, como a vitamina B12 e o zinco, também são frequentemente deficientes em pessoas que restringem o consumo de carne vermelha, aumentando a importância de uma dieta equilibrada ou da suplementação, quando necessária.

Prevenção da sarcopenia

Outro ponto destacado pela Dra. Erika é a necessidade de prevenir a sarcopenia, uma condição de perda de massa muscular que pode afetar pessoas vivendo com HIV, especialmente idosos. Ela aconselha que as três refeições principais do dia contenham uma boa quantidade de proteínas para ajudar a preservar a massa muscular. “Não devemos esquecer a importância de incluir proteínas suficientes nas refeições, mesmo no jantar. Refeições leves e pobres em nutrientes podem levar à perda de massa muscular a longo prazo,” explica.

Evite alimentos ultraprocessados

Uma recomendação importante da Dra. Erika é a de evitar alimentos ultraprocessados, como refeições prontas e industrializadas. “Esses alimentos são ricos em sódio e conservantes, mas pobres em nutrientes essenciais. Sempre que possível, prefira preparar suas próprias refeições com alimentos frescos,” orienta a especialista. Congelar refeições preparadas em casa é uma boa solução para quem tem uma rotina agitada, mas quer manter uma dieta saudável.

Conclusão

Para pessoas vivendo com HIV, uma alimentação balanceada, rica em micronutrientes e baseada em alimentos naturais, é essencial para manter o sistema imunológico forte e garantir a qualidade de vida. O acompanhamento nutricional adequado é fundamental para prevenir deficiências nutricionais e ajudar o corpo a lidar com os efeitos do tratamento antirretroviral. Além disso, a prática de exercícios físicos e a moderação no consumo de álcool também contribuem para o bem-estar geral.

Recomendações gerais:

  • Faça refeições equilibradas com proteínas, carboidratos e gorduras saudáveis. Principalmente no café da manhã, almoço e janta.
  • Consuma frutas, verduras e alimentos ricos em fibras. Priorize o consumo nos intervalos das refeições principais. Evite alimentos ultraprocessados e ricos em conservantes.
  • Fique atento à ingestão de micronutrientes, como vitamina D, B12 e zinco.
  • Consulte sempre um nutricionista ou médico para orientações personalizadas.

Lembre-se: uma boa nutrição pode fazer toda a diferença na sua saúde e qualidade de vida!