Pesquisadores da universidade desenvolvem a vacina a partir de uma pequena quantidade de insumo que veio dos Estados Unidos.
O imunizante contra monkeypox começou a ser desenvolvido em Minas Gerais.
Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) finalizam a produção do insumo que vai ser usado como base para a vacina contra a doença, conhecida antes com varíola dos macacos.
De acordo com a universidade, há três meses chegou às mãos dos pesquisadores uma pequena quantidade do insumo, enviada pela Agência Médica dos Estados Unidos. Com essa pequena quantia eles conseguiram desenvolver dez mil doses.
A pesquisadora Karine Lourenço explica que não foi necessário muito. “Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, eles não se multiplicam fora de uma célula. Eles necessitam de uma célula pra multiplicar”, explicou Karine.
“A gente pega um pouquinho desse vírus, infecta essa célula de embrião de galinha dentro de uma garrafinha e ali ele se multiplica. Então, naquela célula que recebeu um vírus, ele vai entrar, se multiplicar e produzir milhões de outros vírus. Assim, a gente consegue uma quantidade grande de vírus para poder formular uma vacina, por exemplo”, disse.
Mesma vacina
O responsável pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, Flávio da Fonseca, afirma que a vacina contra a monkeypox é a mesma usada para proteger contra a varíola humana — doença erradicada no final da década de 1970 em todo o mundo.
Como o Brasil não possuía reserva do imunizante, foi preciso multiplicar as doses.
“Ela é super segura, tanto que essa receita foi responsável pelo maior feito da medicina moderna: a erradicação da varíola. Ela foi testada simplesmente pela população mundial inteira”, conta Flávio.
A data para que toda a pesquisa seja finalizada e o imunizante chegue até os mineiros ainda não foi divulgada.
O vírus da monkeypox é transmitido, principalmente, por contato de pele, mas também pode ser transmitido pelo ar.
Em Minas Gerais, três pessoas morreram pela doença até o momento. Em todo país, foram 14 óbitos. Além disso, já são mais de 10 mil casos confirmados no território nacional, enquanto outros 3.601 são investigados.
Publicado em 20/12/2022
Fonte: https://g1.globo.com/