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ABC considera monkeypox controlada devido aos poucos casos da doença
ABC considera monkeypox controlada devido aos poucos casos da doença

As cidades da região consideram que está controlada a disseminação da monkeypox, varíola dos macacos ou, simplesmente, mpox. A posição dos municípios está baseada no baixo número de casos comunicados ao sistema de saúde. Em Ribeirão Pires, por exemplo, não há casos da doença desde setembro; em São Caetano e em Mauá não há, atualmente, nenhum paciente internado ou em tratamento domiciliar pela doença.

Para o médico Munir Akar Ayub, infectologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) os municípios, apesar dos poucos casos, não devem ‘baixar a guarda’ quanto às campanhas e divulgação de informações e formas de prevenção. “Claro que não há necessidade de uma preocupação exagerada em relação ao MPox, mas é uma doença que tem na relação sexual a sua principal forma de contágio e, portanto, quando os casos são mais graves é necessário manter os cuidados”.

O médico conta que desde o ano passado quando a doença chegou ao país, atendeu a quatro casos, apenas um deles apresentava maior gravidade. “Era um paciente imunologicamente muito debilitado, que morreu depois por complicações de outras doenças”, relata. Segundo Ayub foram duas variantes principais detectadas e só uma delas chegou ao Brasil, a que causa a forma mais branda da doença. “Na África Oriental temos os casos mais graves, na África Ocidental circula a mais leve e foi essa que chegou ao Brasil e que, em geral, traz poucos sintomas às pessoas mais saudáveis. Já para quem tem imunossupressão, ou quem é HIV+ o risco é maior de desenvolver sintomas mais graves”, explica o infectologista.

Segundo o médico pessoas com vida sexual muito ativa estão mais sujeitas a pegarem a doença. “Em geral ela se apresenta na forma de pequenas feridas, principalmente próximas à região íntima, e podem aparecer também em outras partes do corpo. Em geral essas erupções se curam em três ou quatro dias, período que a pessoa não deve manter relações, pois ela estará transmitindo”.

Munir Akar Ayub diz que o pequeno número de casos que chegam ao sistema de saúde se dá também pela sub-notificação. “Há muitas pessoas que percebem as lesões na pele e esperam que cicatrizem, o que ocorre em poucos dias. Geralmente só procuram o médico quando a coisa fica mais séria e sentem dor, o problema é que enquanto desenvolve os sintomas pode transmitir o vírus. As pessoas evitam ir ao médico porque muitas vezes os sintomas são leves, desaparecem rapidamente e o exame não é agradável, tem que fazer uma raspagem no local encaminhar para a análise e o resultado demora até oito dias, quando chega o paciente já está curado”, completa.

Casos

A prefeitura de Ribeirão Pires, informou que não registra casos da doença desde setembro, quando foi notificado o último caso. A cidade teve 27 casos suspeitos e três confirmações desde a chegada da doença. A prefeitura atribuiu o pequeno número de casos à mobilização da equipe de saúde e a campanhas.

São Caetano também não tem nenhum caso sendo acompanhado. Desde a chegada da doença a cidade registrou 21 casos confirmados, todos já curados. “A  Saúde tem um fluxo e estrutura de atendimentos no Cepadi (Centro de Prevenção e Assistência às Doenças Infectocontagiosas). O morador com sintomas, triado nas unidades ou em nossos hospitais, é direcionado ao Cepadi, que também atende livre demanda. O paciente que tem exame positivo é acompanhado por 21 dias. Mantivemos um leito disponível no Complexo Hospitalar de Clínicas embora, até o momento, não houve casos de internação”, diz a prefeitura, em nota. O Cepadi fica na rua Dr. Rodrigues Alves, 93 – Bairro Fundação – 4233-7509. O atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h.

Mauá é outra cidade que não tem atualmente nenhum caso em acompanhamento ou internação. A cidade já registrou 20 casos da doença e todos se curaram. A cidade também considera a mpox controlada.

A Prefeitura de São Bernardo informa que foram confirmados 57 casos de mpox no município, todos autóctones. Não houve óbito pela doença. Do total, um paciente permanece em isolamento domiciliar e 56 estão curados. “Os casos são atendidos tanto nas 33 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) como nas nove UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). Em caso de necessidade, os pacientes são encaminhados para a avaliação de infectologista. O tratamento destes pacientes está sendo feito em domicílio com acompanhamento das Equipes de Saúde da Família, por contato telefônico e visitas domiciliares com distanciamento, se necessário. No momento, a situação da doença está sob controle no município”, explica a prefeitura em resposta ao RD.

Santo André já confirmou 87 casos da mpox, sendo que atualmente há seis casos em tratamento ou acompanhamento. Não há nenhum paciente infectado que esteja internado na cidade. A prefeitura informa que todas as unidades da rede municipal de saúde estão preparadas para identificação de casos suspeitos. No entanto, a UPA Faisa e o Centro Médico de Especialidades Referência em Infectologia (CME-I) são referência para a coleta de exames. “A Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, considera a situação controlada. Essa percepção é compartilhada por outros municípios, em que o cenário epidemiológico vem apresentando estabilidade em níveis de positividade muito baixos”, diz a nota.

Diadema já identificou 38 casos, sendo que no momento apenas quatro pacientes são acompanhados pelas equipes médicas, sendo que apenas um está internado. “A situação está controlada. É importante destacar que, em Diadema, os serviços estão orientados a adotar medidas de prevenção de contato, gotículas e aerossóis, na lida com pacientes suspeitos, prováveis ou confirmados para varíola dos macacos, visando reduzir o contato deste com os demais pacientes do serviço e o ambiente em geral.

O plano de contingência de Diadema prevê orientações para abordagem do caso suspeito, ou provável e seus comunicantes, na perspectiva que além da notificação, seja um compromisso das equipes de assistência, conduzir a investigação epidemiológica.  A rede conta ainda com insumos para coleta de amostras das lesões cutâneas (secreção ou partes da ferida seca) para análise laboratorial”, informa.

A prefeitura de Rio Grande da Serra não informou.

Fonte: Reporter Diário

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