Organização foi escolhida por ter abrangência nacional assim como por dados epidemiológico
As mulheres vivendo com HIV/Aids protagonizam cotidianamente o desafio de fazer o tratamento correto contra a infecção ao mesmo tempo em que precisam vencer barreiras inúmeras, seja no ambiente profissional ou familiar. Muitas sobrevivem em situação de vulnerabilidade, se tornando alvo de abandono e preconceito. Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência de casos em mulheres entre 15 e 49 anos é de 0,4% e de mortalidade é de 28,6%.
De olho nesta realidade, o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), instituído em 2004 com representantes de todas as regiões do Brasil, busca dar amparo e poder às mulheres que vivem com HIV/Aids. O MNCP oferece a estas mulheres valiosa ferramenta da informação a respeito da infecção, do tratamento e dos direitos garantidos pela Constituição. Porém, como muitas Organizações, o Cidadãs Posithivas convive com dificuldades.
“Por sermos uma organização nacional, em um país tão grande, temos dificuldade de nos encontrarmos para alinharmos o planejamento e traçarmos novas ações”, diz Adriana Alves Aros, secretaria administrativa do Cidadãs Posithivas, baseada em Osasco, na Grande São Paulo. “Por exemplo: eu fico em São Paulo, mas temos integrantes do colegiado nacional em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outras regiões”, completa Adriana.
Ciente desse cenário, o Fundo Positivo firmou o seu primeiro apoio financeiro em 31 de agosto com a presença de Adriana Aros e de Heliana Moura, também do MNCP. O projeto estratégico com o MNCP tem o objetivo de proporcionar recursos financeiros e amparo logístico para a realização da 2º Oficina de Planejamento Estratégico de Comunicação e Incidência Política do MNCP, que capacitará mulheres para atuarem na “Vila Social”, espaço de convivência e de atividades com foco nas iniciativas da Sociedade Civil durante 10º Congresso de HIV/Aids e 3º Congresso de Hepatites Virais. Lá, as participantes da Oficina promoverão acesso aos materiais e discussões sobre prevenção. Outra atuação dessas mulheres também será durante os encontros locais, estaduais e nacional, dentre outros.
Durante a 1ª Oficina, realizada em Osasco, o Cidadãs Posithivas redefiniu missão e visão do Movimento, além de traçar um novo plano para fortalecer sua incidência política e poder de comunicação junto à sociedade. “É uma parceria muito bacana com o Fundo Positivo, que nos proporcionou este encontro”, comemora Adriana. “Fizemos um alinhamento muito importante de ações. Esperamos manter esta união.”
O objetivo conjunto agora é a realização da 2ª Oficina, na qual o MNCP vai preparar materiais informativos a serem utilizados no 10º Congresso de HIV/Aids e 3º Congresso de Hepatites Virais. O Movimento espera impactar até 3 mil pessoas que estarão presentes nos eventos, em de 17 a 20 de novembro, em João Pessoa, na Paraíba.
“O Fundo Positivo necessita trabalhar com projetos que contemple tanto epidemiologicamente como geograficamente. O MNCP contempla todo o País, além de representar uma população que tem se tornado invisível na prevenção”, afirma Harley Nascimento, coordenador-geral do Fundo Positivo. “Parcerias como essas, unem diversos protagonistas da luta contra o HIV para um fim da epidemia”, completou o coordenador.