O Fundo PositHiVo e o Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde realizaram, nos dias 17 e 18 de abril, em Brasília-DF, a I Oficina das Organizações da Sociedade Civil apoiadas pelas duas instituições. Ao todo, foram 31 Organizações presentes ao evento, que contou com palestras, troca de vivência conduzida por facilitadoras e muito intercâmbio de informação entre os ativistas que estiveram em Brasília.
A realização da oficina é mais um passo do Fundo PositHiVo na busca por facilitar a atuação em rede entre as Organizações que militam no campo do HIV/Aids, com participação de agentes públicos e da iniciativa privada. Além dos 31 representantes de organizações, também estiveram presentes integrantes do Ministério da Saúde e executivos de algumas empresas privadas e organizações que apoiam o Fundo PositHiVo, dentre elas a Caixa Seguradora, o Instituto Sabin, a Gilead e a Bayer.
Temas como a prevenção combinada, com destaque para a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e o crescimento do HIV/Aids em populações-chave, como jovens negros e moradores das periferias ou favelas foram muito debatidos. Destaque também para as realidades distintas entre as Organizações presentes, que representaram todas as regiões do Brasil. Portanto, a necessidade de ampliar a rede de informações sobre prevenção em regiões fronteiriças com a Venezuela e a Guiana Francesa foram levadas a debate por organizações de Roraima e do Amapá, respectivamente. Assim como foram lembradas a luta pelo empoderamento de travestis e pessoas trans em estados como Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Todas as Organizações presentes contaram com recursos mobilizados pelo Fundo PositHiVo e foram contempladas em um dos três editais já lançados pela instituição entre os anos de 2016 e 2017. É o caso das quatro organizações pernambucanas contempladas pelo edital lançado para combater o contágio sexual do vírus da Zika.
Demandas
Dentre as principais demandas trazidas pelas Organizações ainda estão a dificuldade de um diálogo efetivo com os gestores públicos da Saúde em boa parte dos municípios, a falta de acesso a kits de testagem, medicamentos e insumos de prevenção em determinadas localidades e a interferência do Poder Legislativo de cunho conservador. Também foi lembrada a escassez de recursos, especialmente para arcar com custos de infraestrutura e aluguel de sedes para as instituições.
Apesar das dificuldades, o clima de confraternização e de alegria permeou todas as atividades da Oficina. “Esta Oficina, promovida em parceria com o Departamento, é uma conquista não apenas do Fundo, mas de todas as organizações aqui presentes. Nosso objetivo é realizar mais eventos assim, para podermos nos unir cada vez mais em prol do objetivo comum”, disse Harley Henriques, coordenador geral do Fundo PositHiVo. “A troca de experiências, de vivências e a percepção de como podemos nos unir é o maior fruto deste encontro”, analisou Élida Miranda, coordenadora executiva e coordenadora de projetos do Fundo.
Mandala
Os debates e palestras da Oficina ocorreram ao redor de uma grande “mandala da diversidade”, um grande tecido circular na qual os ativistas depositaram objetos e alimentos característicos de suas regiões (além, é claro, de materiais dos projetos realizados). Cachaças, rapadura, bolo de rolo, panela de barro, trajes típicos dividiram espaço com camisetas, folders, cartazes e preservativos.
A julgar pela confraternização e emoção de todos os integrantes ao final da Oficina, o Fundo fica com sabor de missão cumprida e ansioso pela oportunidade de organizar mais um encontro assim. Vamos em frente!
Outro ponto a se destacar foi a ampla cobertura da mídia. Rede Globo, TV Brasil, Correio Braziliense e Rádio Nacional foram alguns dos veículos a cobrirem amplamente o evento. “Em geral a grande imprensa só fala do nosso tema no Dia Internacional da Luta Contra a Aids. Este destaque também é uma vitória”, comemorou Harley Henriques.
Estiveram presentes na I Oficina das Organizações Apoiadas pelo Fundo PositHiVo e pelo Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais as seguintes instituições (todos os representantes receberam certificado de participação):
Gapa Itabuna – Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Itabuna-BA)
Escoteiros do Brasil-São Paulo (São Paulo-SP)
Associação Microrregional de Aprendizagem Profissional (Ananás-TO)
Girassol, Amigos da Diversidade (São Borja-RS)
Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade-GOLD (Vitória-ES)
Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero (Recife-PE)
Associação de Bem Com a Vida – ABV (Boa Vista-RR)
Pastoral da Aids – CNBB Norte 2 (Belém-PA)
Associação da Parada do Orgulho GLBT de Goiás (Goiânia-GO)
Grupo Pela Vidda Niterói (Niterói-RJ)
Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT (Rio de Janeiro-RJ)
Estrela Guia-Associação em Prol da Cidadania e dos Direitos Sexuais (Florianópolis-SC)
Cordel Vida (João Pessoa-PB)
RNPVHA Uberlândia (Uberlândia-MG)
DPAC Fronteira (Oiapoque-AP)
Associação Arte e Cultura do Bairro Baianão (Porto Seguro-BA)
Grupo Matizes (Teresina-PI)
Apros-PB – Associação das Prostitutas da Paraíba
Associação GDA – Grupo de Diversidade LGBT (Anápolis-GO)
Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas (Rio de Janeiro-RJ)
ECOS-Comunicação em Sexualidade (São Paulo-SP)
Associação Ilê Ache Omo Odê (SãoPaulo-SP)
Reprolatina Sol. In. em Saúde Sexual e Reprodutiva (Paulínia-SP)
Rede Mulheres Negras (Curitiba-PR e Foz do Iguaçu-PR)
APVHA (Porto Alegre-RS)
Igualdade RS (Região Metropolitana de Porto Alegre-RS)
Casa da Mulher do Nordeste (Recife-PE)
Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo GTP+ (Olinda-PE)
Insituto Papai (Recife-PE)
Grupo Curumim Gestação e Parto (Recife-PE)
Instituto Mara Gabrilli (São Paulo-SP)