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Possível cura da AIDS? Tratamento brasileiro teria eliminado o HIV de um paciente

A remissão da infecção pelo HIV pode estar mais próxima. Ricardo Sobhie Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp), apresentou uma pesquisa com resultados muito promissores na 23ª Conferência Internacional de Aids, que aconteceu dos dias 6 a 10 de julho.

Segundo o pesquisador e sua equipe, foi possível eliminar o HIV do organismo de um paciente com um supertratamento. O homem, um brasileiro de 34 anos diagnosticado com o vírus em 2012, está sem detecção da carga viral no sangue há mais de dois anos sem tomar medicamentos. Ele foi tratado com uma base de terapia antirretroviral reforçada com outras substâncias. O tratamento intensivo foi interrompido e após 57 semanas sem receber a terapia antirretroviral e fazendo exames regulares, o RNA de HIV nas células do paciente continuou negativo assim como seu exame de anticorpos para o HIV.

A pesquisa contou com a participação de 30 voluntários que possuem carga viral indetectável, e estão sob tratamento padrão, ou seja, estão usando uma combinação de três tipos de antirretrovirais, mais conhecida como “coquetel”. Os voluntários foram divididos em seis subgrupos, recebendo, cada um deles, diferentes combinações de remédios, além do próprio “coquetel”. 

Para os integrantes do subgrupo que apresentou os melhores resultados até o momento, foram administrados mais dois antirretrovirais: o dolutegravir e o maraviroque. Além disso, os voluntários receberam duas substâncias que potencializam o efeito dos medicamentos: a nicotinamida – uma das duas formas da vitamina B3 –, que mostrou ser capaz de impedir que o HIV se escondesse nas células; e a auranofina – que revelou um potencial para encontrar a célula infectada e levá-la ao suicídio.

Para reforçar a imunidade dos pacientes contra o vírus, os pesquisadores desenvolveram uma vacina que conseguiu ensinar o organismo dos voluntários a encontrar células infectadas e destruí-las, eliminando o HIV.

Os seis pacientes que fizeram parte do subgrupo que recebeu o supertratamento ainda aguardam o resultado da terceira dose da vacina. Apenas após análise do sangue e realização de biópsias dos pacientes, os medicamentos serão suspensos e haverá um acompanhamento sobre como o organismo irá reagir. Segundo o pesquisador Ricardo Sobhie Diaz, apenas após isso será possível falar em cura.

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