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Relatório UNAIDS: metas da ONU para conter o HIV não serão cumpridas até o fim do ano

O relatório “Seizing the moment: Tackling entrenched inequalities to end epidemics” (Agarrar as oportunidades: enfrentando desigualdades enraizadas para acabar com epidemias) do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) mostra um progresso no avanço do combate à Aids, porém, desigual, principalmente no que diz respeito ao acesso aos antirretrovirais. 

Segundo Winnie Byanyima, diretora executiva da Unaids: “Mesmo antes do início da Covid-19, o novo Relatório Global da UNAIDS já mostrava que o mundo não estava no caminho certo para fazer com que a Aids deixasse de ser uma ameaça à saúde pública até 2030”, disse Byanyima. “Não podemos falhar na luta contra o HIV. Devemos dobrar e aumentar nossos esforços para responsabilizar governos e formuladores de políticas públicas. As epidemias ocorrem em conjunto com desigualdades que parecem estar invisibilizadas e podemos e devemos fechar as lacunas.”

Somente quatorze países conseguiram alcançar as metas 90-90-90, que significam garantir que, até o final deste ano, 90% de todas as pessoas infectadas com HIV estivessem diagnosticadas; 90%, tratadas; e 90% dos pacientes em tratamento tivessem carga viral indetectável. Segundo o relatório, a pandemia de Covid-19 pode afetar o acesso aos antirretrovirais, pois, as políticas de isolamento e o fechamento de fronteiras impostos para deter a transmissão do novo coronavírus estão afetando tanto a produção de medicamentos quanto a sua distribuição, o que poderia gerar aumento de custos e problemas de abastecimento.

Para Winnie Byanyima, os governantes precisam redobrar esforços: “Serão necessárias ações decisivas para colocar o mundo de volta aos trilhos rumo à meta de acabar com a epidemia de Aids até 2030. Milhões de vidas foram salvas, principalmente as de mulheres na África, mas o progresso alcançado por muitos precisa ser compartilhado por todas as comunidades em todos os países. O estigma, a discriminação e as desigualdades generalizadas são os principais obstáculos para o fim da Aids. Os países precisam assumir sua responsabilidade em relação aos direitos humanos.”

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