A presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Keila Simpson, sofreu uma violência e constrangimento transfóbico no Aeroporto do México neste domingo passado, dia primeiro de maio. E o Fundo positivo, através desta nota, vem manifestar apoio a Keila, a qual é também uma parceira dos projetos do Fundo.
Keila Simpson estava indo para o México pois foi convidada para representar o Brasil num Fórum Social Mundial tanto pela Abong quanto pela Antra quando foi barrada no aeroporto em função da sua identidade de gênero, visto que seus documentos civis não são retificados, porém todos os documentos que levou e inclusive as passagens compradas de ida e volta, eram legais. A presidenta não pôde prosseguir em direção ao evento e nem participar dele, pois foi conduzida a uma sala no aeroporto onde teve que esperar mais de dez horas e assim foi colocada num vôo de volta para o Brasil, ou seja ela foi deportada por ser travesti. Isso é uma violação do direito à identidade de gênero das pessoas trans, que inclusive é ratificado por acordos internacionais como os princípios de Yogyakarta.
Atuando no movimento LGBTQIA+ desde os anos 90, Keila Simpson Souza é travesti e tem 53 anos. Nessa jornada além de ser a atual presidenta da ANTRA (que conta com mais de 170 ONG’s afiliadas) é também coordenadora do Espaço de Sociabilidade e Convivência do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia.
Um marco de sua trajetória é a luta pelo direito das pessoas travestis e transexuais, tendo sempre atuado na luta pela conquista do direito ao nome civil de pessoas trans. Keila tem uma trajetória consistente onde em 2014 ela foi condecorada com o Prêmio Direitos Humanos, recebendo o prêmio das mãos da própria presidenta Dilma Rousseff. Transfobia é uma violência e que não deve ser propagada. Total solidariedade a Keila.
O Instagram da ANTRA divulgou um vídeo onde ela narra esse processo e confirma a todos já estar de volta ao Brasil.