Sobre nova variante do Vírus da Imunodeficiência Humana Adquirida (HIV)

Há poucos dias surgiu uma notícia que está sendo propagada e causando alardes pelo mundo inteiro: o “surgimento” de uma nova variante do HIV que é “mais virulenta”, a qual começou a se propagar.
Essa notícia foi divulgada por um grupo de cientistas, depois de notarem a circulação da variante na Holanda. 109 pessoas foram diagnosticadas com a nova variante, 100 delas somente na Holanda. Apesar da “descoberta” essa variante não é nova, na verdade foi identificada desde os anos 90. Mesmo sendo mais virulenta, não precisamos entrar em pânico. Caso as pessoas que se infectarem estiverem em tratamento ou os iniciem precocemente, terão os mesmos prognósticos e estatísticas positivas de pessoas com os outros tipos de variantes do vírus.
A Variante B (ou VB) como foi batizada, tem características mais singulares como ser capaz de levar a uma maior carga viral no sangue em comparação com outros tipos do vírus; de ser mais transmissível; e de diminuir mais rapidamente as células de defesa T-CD4 do corpo (células responsáveis para o funcionamento correto do sistema imunológico).
Cientistas reafirmam que não é para se fazer alarde, pois já existem testes e tratamento, porém reiteram as medidas de prevenção e acesso a exames, testes de HIV e cuidados em saúde regulares, não só para o diagnóstico precoce como também para o tratamento imediato adequado. Salienta ainda que as orientações aos grupos chave deve ser mantida e continuada.
A Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) estima que 37,7 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo em 2020, ano em que ocorreram 1,5 milhão de novas infecções, e por isso a prevenção e o diagnóstico são medidas necessárias, além do combate ao preconceito e estigma, visto que o acesso ao tratamento no Brasil é público e universal.