Mas por que será que ele é visibilizado no dia 29 de agosto?
Exatamente há um ano estávamos no Fundo LGBTQIA não só inaugurado o fundo, como também havíamos colocado sua live de abertura no mês da visibilidade lésbica. Não foi por acaso, sabemos o quanto ainda alguns movimentos precisam de visibilidade e que mesmo com esforços de todas as letras compõem a sigla, esses movimentos precisam ter seu espaço. Então a live de abertura foi para lembrar e visibilizar essa data.
A data de 29 de agosto foi escolhida para sempre lembrar o primeiro Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE) que foi realizado em 1996 e nos convoca a pensar na exclusão e invisibilização da pauta das mulheres lésbicas em nosso país. Apesar da mudança da sigla que passou o “L” para a frente deixando a sigla com o formato ‘L’GBTQIA+ ainda são necessárias mudanças para combater a violência lesbofóbica, o lesbocídio e práticas como o “estupro corretivo” que são uma violação a integridade cruel dessas mulheres.
Segundo o “Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil”, nos anos de 2000 a 2017 o número de assassinatos de mulheres lésbicas aumentou cerca de 96%, passando de “apenas” 2 casos para 54 homicídios anuais. Desses, 83% foram cometidos por homens, expondo, para além da lesbofobia do crime, o machismo que muitas lésbicas enfrentam, cabe lembrar que ainda muitas dessas violências são realizadas no espaço familiar por pessoas próximas, porém, há casos também de pessoas em ambiente público, mostrando o quanto a lesbofobia é algo estrutural e que precisa ser combatido.
No Fundo LGBTQIA há a parceria com a Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL) que desenvolveu seu trabalho de fortalecimento de lideranças lésbicas, do próprio movimento através de um curso de formação e um espaço de compartilhamento de experiências e que evidenciam que apesar dos avanços, ainda há um caminho de lutas e conquistas para a liberdade plena desse movimento.