DPAC Fronteira

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A DPAC Fronteira (Desenvolvimento, Prevenção, Acompanhamento e Cooperação de Fronteiras), atua em Oiapoque na fronteira da Guiana Francesa, acompanhando as famílias do município em situação de vulnerabilidade pessoal e social. Oiapoque tem 32.000, mil habitantes com 27 aldeias indígenas e varias áreas de garimpo ilegal, com um público indocumentado de ribeirinhos. Fica a 600 quilômetros da capital Macapá com dificuldades de evacuação em caso de emergências.

O Fundo PositHiVo tem apoiado a DPAC Fronteira desde 2017 para desenvolver ações de prevenção ao HIV/AIDS e Hepatites Virais, A Organização tem realizado o trabalho em pontos estratégicos com populações chaves em lugares como Vila Vitória, Ilha Bella (área de garimpo), Santa Isabel (aldeia indígena), Taparabu (vila de pescadores), Clevelândia do Norte (área militar), Saint-Georges (cidade fronteiriça do lado francês).

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De acordo com a coordenadora Jane Aguilar , o projeto tem atuado nas escolas municipais e estaduais com crianças/adolescentes e jovens adultos de 07 a 25 anos, levando o tema a saúde sexual e reprodutiva enfatizando a importância da prevenção as IST/HIV/AIDS/Hepatites Virais e Gravidez não planejada. Diferentes metodologias são utilizadas nestas atividades: teatro interativo de fantoche, palestras, demonstrativos sobre o uso correto do preservativo masculino e feminino, dinâmicas de grupo (perguntas e respostas) e roda de conversa.
As ações de prevenção do projeto também são realizadas nos bairros 1 vez por mês, reunindo com grupos de lideranças locais e mulheres, criando espaços de diálogo e de escuta, acolhendo a problemática de cada um, tirando dúvidas, orientando e acompanhando ou encaminhando a serviços específicos em função da demanda.

Jane Aguilar afirma ainda , que o projeto realiza teste rápido de anti – HIV em diferentes pontos estratégicos da cidade, visando atingir a maior quantidade de pessoas Vulneráveis (usuários de substancias psicoativas, garimpeiros, pescadores). As ações também são realizadas em locais mais distantes da cidade, como áreas indígenas e ribeirinhas, por serem locais de difícil acesso, inclusive aos postos de saúde e outros serviços, gerando uma situação de maior vulnerabilidade e exclusão social.

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Tem sido realizado atendimentos de mediação social e sanitária no decorrer de toda a semana, dentro e fora do centro social DPAC Fronteira, por ser uma Organização contemplada por um projeto transfronteiriço, a Organização é muito solicitados em diversos tipos de mediação: documentação, seguro de saúde francês, acompanhamento em consultas medical em Saint-Georges (cidade fronteiriça) e nos postos de saúde locais (UBS), auxilio doença para pessoas em situação de incapacidade de trabalho e auxilio a imigrantes em situação de rua e outros…

1 vez por mês é realizado um encontro com profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde, estudantes de enfermagem) para discutir as problemáticas locais e planejar as ações de enfrentamento das IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, gravidez não planejada entre outros tipos de doenças infeciosas. A DPAC Convida pessoas que convivem com vírus do HIV e outras patologias infeciosas para participarem das reuniões, a fim de contribuir com a quebra de preconceitos, com o conhecimento da doença, a fim de esclarecer que pessoas vivem com HIV/AIDS podem se tratar, se cuidar e viver com bem estar na sociedade.

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O projeto estabeleceu parceria com advogados da OAB, CRAM, Concelho Tutelar, para combater e orientar melhor as mulheres, homens , crianças e jovens quando se encontram em situação de violência doméstica, abuso, tráfico de pessoas, desigualdade e discriminação.

Histórias Reais
“ Eu sou apenas uma jovem de 19 anos que engravidei sem planejamento descobri que era soro positivo na gravidez e fiquei sem rumo, passei por vários postos de saúde e mesmo assim não protegeram o meu bebe e eu por não ter conhecimento da patologia não fiz nada. Até que um dia alguém me falou da DPAC fronteira e eu cheguei lá com um pequeno no colo com apenas 17 dias de nascido e muito perdida sem saber o que fazer… Então a coordenadora do centro me recebeu e ficou muito triste quando entendeu tudo o que havia acontecido comigo e eu sentia o ar de revolta na face dela. A partir daí eu fui encaminhada para o Saint-Georges com uma equipe de profissionais de saúde e fiz vários exames, eu e meus dois filhos. O meu hoje ex-companheiro não quis fazer, então comecei o tratamento e já estou há dois anos sendo tratada estou bem e hoje meu bebê tem dois anos e está muito bem graças a Deus a associação DPAC fronteira”.E.

“ Eu sou ex-morador de rua tenho 58 anos, cheguei ao Oiapoque vindo expulso da Guiana francesa com a perna imobilizada devido um acidente sofrido lá, chegando ao Oiapoque foi encaminhado para o hospital local, passei uma semana por lá e no final me mandaram ir embora sem me perguntar se havia para onde ir, então fui morar na rua passei vários perigos. Dormi na chuvas, no chão, coisa que eu nunca havia vivido e ai voltei a beber para ver se aliviava a dor mais foi pior. Minhas pernas foram ficando inflamadas e doíam muito. Uma noite sem expectativa e já sem força ouvi uma voz direcionada a mim e ai sem saber muito porque perguntei ‘‘quem é você?’’. Ele me falou que era alguém que veio pra me ajudar ele me levou pra associação DPAC Fronteira e me deu uma cama e roupa limpa. Eu dormi como nunca havia dormido e acordei como outro homem, fui cuidado, valorizado e até hoje estou aqui, hoje me considero parte da família DPAC, pois aqui encontrei amigos, amparo e força”.A.

“Eu sou venezuelano, tenho 28 anos e estou há 30 dias em circulação. Já vim da Guiana expulso por falta de documentação e cheguei ao Oiapoque sem dinheiro sem nem um conhecido para me abrigar, então me encaminharam para a assistência social da prefeitura local e ai alguém me informou que não podiam fazer nada por mim, mais podiam me enviar a DPAC Fronteira e ai cheguei aqui e foram ajudando e informando, onde continuo até hoje a espera de recurso para poder regressar ao meu pais de origem”.J.