A Associação Franciscana de Defesa de Direitos e Formação Popular (AFDDFP), é uma associação civil, sem fins lucrativos, com sede no Estado de São Paulo e unidades nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Pará. Possui caráter cultural, socioeducacional e de assistência social, com natureza associativa e apartidária. Sua missão é servir a população socialmente vulnerável e à sociedade de maneira geral, através da promoção de ética, cultura da paz, solidariedade cidadania, defesa dos direitos humanos, voluntariado, saúde pública, inserção no ensino superior, combate ao racismo e todas as formas de discriminação, através da valorização do ser humano.
O principal trabalho realizado pela AFDDFP é o projeto UNEafro-Brasil – União de Núcleos de Educação Popular, que constitui-se em uma rede de articulação/mobilização de jovens e adultos moradores das regiões periféricas do estado de São Paulo e que organiza-se em torno de núcleos de pré-vestibulares comunitários, cursos de formação profissional, formação cultural e que são mantidos com o trabalho voluntário de lideranças comunitárias, professores, estudantes e simpatizantes.
A UNEafro-Brasil é apoiada pelo Fundo PositHiVo para desenvolver o projeto: Jovens multiplicadores de informações sobre a prevenção combinada e o combate à epidemia das IST/HIV/AIDS/Hepatites Virais. O projeto promove o debate com jovens lideranças, moradores dos bairros de Guaianases, Itaquera e São Mateus, Póa e Mogi das Cruzes entre ouros, quanto a importância de adotarem a prevenção combinada ao HIV/AIDS no seu cotidiano incluindo todos os seus vínculos afetivos e familiares, estão sendo realizadas oficinas sobre: Prevenção Combinada ao HIV/AIDS, Ética, Sigilo e Direitos Humanos , divulgação dos serviços de saúde referenciados em cada região para a realização de acolhimento, aconselhamento, testagem, retirada de insumos de prevenção , atendimento das estratégias de PEP, PreP e sensibilização para adesão ao tratamento.
O coordenador do Projeto Anderson Agappes Alkimin, relata que durante as oficinas realizadas os jovens levantaram diversas indagações sobre as estratégias da prevenção combinada ao HIV/AIDS. Os jovens compreendiam relativamente a prevenção ao HIV somente pela estratégia do uso da camisinha, a prevenção biológica/adesão aos protocolos de medicações, exames e demais atendimento na rede de saúde especializada das pessoas que convivem com o HIV e a utilização da PEP e PreP, somam caminhos que para um primeiro olhar dos jovens são muito complexos.EX:“Se a pessoa que tem o HIV em seu corpo não consegue expulsá–lo com medicação (cura)?, quando tomar a medicação diminui a possibilidade de transmissão do HIV? Se ainda não existe cura para o vírus como eu consigo tirá-lo do corpo pelo uso da PEP? Por que a pessoa tem até 72 horas para tomar a medicação?”.
Promover o debate com jovens lideranças quanto a importância de adotarem a prevenção combinada no seu cotidiano incluindo todos os seus vínculos afetivos e familiares, compreender que esses atendimentos são de responsabilidade central das políticas públicas orientadas pela lógica do SUS, compreender e desvendar os aspectos técnicos implícitos no conjunto dessa estratégia, fomentar o mapeamento de como essa política pública se traduz em seu território com a inclusão também da PEP, PREP e agora a possibilidade imediata das pessoas que convivem com o HIV recém-diagnosticado ter o acesso aos ARV, principalmente nesse contexto histórico de desmonte das políticas públicas e privatizações, destacar a importância de que na adesão aos tratamentos, as pessoas com IST/HIV e hepatites virais devem participar ativamente do seu próprio projeto terapêutico e compreender a vital importância de também ser um articulador central (protagonista) dentro dessa estratégia da prevenção combinada.