O Centro de Formação da negra e negro da Transamazônica e Xingu-CFNTX, atua em Altamira – Pará e tem por finalidade promover, organizar, produzir, divulgar, participar, debater e promover campanhas nacionais, estaduais e municipais de apoio, enfrentamento e defesa da população negra, dando ênfase as particularidades da região do Xingu.
O CFNTX enfrenta cotidianamente o modelo de desenvolvimento instalado na região sob os nomes de “Complexo Hidrelétrico de Belo Monte” e “Mineradora Belo Sun”, ambos megaprojetos que violam direitos humanos básicos, destroem o modo de vida das populações e contribuem com a deflagração de males sociais em cadeia como, prostituição infantil, aumento no número de violências e extermínio (em especial de jovens negros e mulheres negras), precarização de serviços públicos, desemprego, e destruição do bioma nativo. Outro aspecto negativo trazido pelos empreendimentos é o aumento no número de casos de exploração sexual de mulheres, em especial negras e LGBTs, assim como a exposição as IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais destas populações, muitas vezes sem informações, atingidas pelo aumento populacional causado pelos empreendimentos e por estarem à margem da Rodovia BR 230 Transamazônica.
A Organização atua juntamente com o Conselho Municipal de Saúde, Secretaria Estadual e Municipal de Saúde, Fórum em Defesa de Altamira, Movimento de Mulheres do Campo e Cidade, Mutirão Pela Cidadania e outros.
O Centro de Formação da negra e negro da Transamazônica e Xingu-CFNTX, é apoiado pelo Fundo PositHiVo para desenvolver o projeto: Mulheres Negras LGBT: Autocuidado, Preservação da Vida e Direitos Humanos na prevenção e informação acerca das epidemias de IST/HIV/AIDS/HV na região da Transamazônica e Xingu .
O projeto desenvolve ações de prevenção as IST/HIV/AIDS/HV dissemina informações sobre o uso combinado de intervenções biomédicas, comportamentais e estruturais aplicadas no nível dos indivíduos, de suas relações e dos grupos sociais a que pertencem, mediante ações que levem em consideração as necessidades e especificidades e as formas de transmissão dos patogênos, assim como a visibilidade e atenção à dignidade e direitos humanos de pessoas expostas a tais patologias que sobrevivem nas consequenciais dos megaprojetos implantados na região da transamazônica e xingu.
O desenvolvimento das ações do projeto já atingiram os seguintes resultados relata a Coordenadora do Projeto Dandara Oliveira :
1. População negra LGBT da região da transamazônica e xingu empoderados e informados acerca dos meios de prevenção e tratamento digno dos portadores de IST/HIV/AIDS/HV junto ao SUS;
2. População negra LGBT informada e comprometida com a prevenção das IST/HIV/AIDS/HV através de mudanças comportamentais, autocuidado e preservação da vida;
3. Visibilidade e atenção à saúde de mulheres negras LGBT no que tange a prevenção combinada de IST/HIV/AIDS/HV;
4. Lideranças comunitárias de base capacitadas pedagogicamente no âmbito da prevenção das IST/HIV/AIDS/HV e legislações de proteção aos direitos dos portadores de IST/HIV/AIDS/HV;
5. Implementação de Políticas Públicas voltadas para a prevenção e defesa de direitos de portadores de IST/HIV/AIDS/HV.