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Sífilis: epidemia crescente no Brasil

Pesquisas apontam que o uso dos preservativos vem caindo, abrindo espaço para transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST), entre elas, a sífilis. Segundo o último boletim epidemiológico sobre a IST divulgado pelo Ministério da Saúde no fim de 2019, houve um aumento de 4.157% no número de casos no país de 2010 a 2018. Em 2018, foram registrados mais de 246 mil casos, sendo que quase 27 mil foram transmissão congênita, aquela que ocorre da mãe para a criança durante a gestação ou o parto.

A sífilis é causada pela bactéria Treponema Pallidum, que ataca o organismo em fases. Os sintomas podem demorar de 10 a 90 dias para aparecer após o contágio. A ferida, geralmente única, se localiza no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou em outros locais da pele. Em geral, não dói, não coça, não arde e não apresenta pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. A ferida pode cicatrizar sozinha independentemente do tratamento, mas não significa que a infecção desapareceu. Quando a pessoa não apresenta sintomas, a bactéria pode estar se espalhando pelo corpo de forma silenciosa. Se o tratamento não for realizado, a doença poderá surgir na forma secundária, levando ao surgimento de manchas na pele. Sem tratamento, os sintomas podem desaparecer sozinhos e a bactéria pode então afetar os órgãos e sistemas, dando origem à sífilis terciária, caracterizada principalmente por lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

O teste rápido da sífilis é oferecido gratuitamente pelo SUS e o resultado é dado em meia hora. O sangue é coletado por uma picada em um dedo e depois é coletado em um kit distribuído aos serviços de saúde. Os profissionais de saúde enfrentam o desafio de convencer pessoas sem qualquer sintoma a fazer o exame. Especialistas recomendam que o teste seja realizado anualmente, a fim de que seja obtido o diagnóstico precoce.

A doença tem cura e o tratamento é feito de forma gratuita pelo SUS a partir da aplicação de penicilina benzatina. Quanto antes o tratamento for feito, melhor a resposta contra a doença. É importante lembrar que a sífilis, embora seja uma IST, não pode ser 100% prevenida com uso de preservativo. As lesões abrigam muitas bactérias causadoras das doenças. Por isso, caso haja contato dessas lesões com um machucado na pele ou genital da parceira ou parceiro, a infecção pode ocorrer. Por isso, especialistas acreditam que, para combater a sífilis, é preciso informar a população não só sobre uso do preservativo, mas sobre testes, sintomas e tratamento.

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