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Seminário sobre Hepatite C traz as dificuldades de lutar contra a infecção em tempos de Covid-19

O Seminário Internacional sobre Hepatite C – Estratégias em Contexto de Pandemia para Eliminação em 2030, que iniciou nessa segunda-feira (24 de agosto), trouxe, em sua abertura, as consequências da pandemia para os planos de luta contra as hepatites em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

De acordo com Sirlene Caminada, do Programa Estadual de Hepatites Virais e da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo, “o processo de qualificação da rede foi afetado pela pandemia. Temos tentado retomar principalmente nas regiões em que já existem planos de ações. Ficamos impedidos de fazer os processos de oficinas nas regiões onde essas atividades ainda não haviam começado. Então, as regiões que não têm plano de ação são as mais afetadas pela pandemia. Infelizmente a pandemia e seus efeitos duraram muito mais do que imaginávamos e estamos tentando entender quando será possível envolver os municípios, porque eles estão com todos os profissionais que trabalham com vigilância epistemológica e na assistência atuando na questão da Covid-19.”

O estado de São Paulo conta com mais de 5 mil unidades de saúde e com uma rede de 200 serviços que atendem as hepatites. Há cerca de 230 mil casos na população de 40 a 46 anos. De acordo com a debatedora, isso demonstra que é preciso pensar em faixa etária ao falar de prevenção à hepatite. Além disso, o aumento da cobertura vacinal para hepatite B tem sido prioridade para o Programa.

A realidade retratada por Adriana Zanon, do Programa Estadual de Hepatites Virais do Rio Grande do Sul, é um pouco diferente da de São Paulo. Segundo Adriana, a maioria dos diagnósticos é feito ao acaso, a partir de alterações esporádicas de exames de avaliação de rotina ou na triagem de bancos de sangue.

Estima-se que a população em terapia renal substitutiva, ou seja, em transplante, diálise peritoneal e hemodiálise, apresente cinco vezes mais casos de hepatite C do que a população em geral, fazendo com que essas pessoas sejam prioritárias. No Rio Grande do Sul, foram notificados 84 casos, no ano de 2019, em hemodiálise, com uma média de idade de 58 anos.

Durante a pandemia, houve uma redução de quase 50% na realização de testes, diminuindo, por conseguinte, o número de notificações em relação a 2019.

O Seminário Internacional sobre Hepatite C será realizado até esta quinta-feira, 27 de agosto. Pode ser assistido pelo canal: https://www.youtube.com/channel/UCnEpLbWDzZsbre5DfN3osDA.

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