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Pesquisa aponta que prevenção com injeções de ação prolongada são mais eficazes que pílulas para mulheres

Pesquisadores do HIV Prevention Trials Network (HPTN) divulgaram nessa segunda-feira, 09 de novembro, os dados do ensaio clínico HPTN 084. O estudo com 3 mil mulheres africanas mostrou que a terapia preventiva contra o HIV administrada por injeção a cada oito semanas teve muito mais sucesso do que o regime de pílulas diárias.

O sucesso do Cabotegravir, injetado seis vezes ao ano, foi tão convincente que os pesquisadores encerraram seu ensaio clínico mais cedo. As participantes do estudo são de sete países da África subsaariana: Botsuana, Eswatini, Quênia, Malaui, África do Sul, Uganda e Zimbábue. Algumas receberam injeções de Cabotegravir, outras a pílula diária Truvada, que contém a combinação tenofovir/entricitabina, usada nos esquemas de profilaxia de pré-exposição (PrEP) ao HIV. Entre as participantes, 34 mulheres que receberam Truvada foram infectadas pelo HIV; apenas quatro mulheres que receberam Cabotegravir tornaram-se HIV-positivas. Duas delas haviam parado de tomar as injeções. O sucesso do ensaio clínico entusiasma os pesquisadores, principalmente porque o Cabotegravir não precisa de refrigeração, o que facilita o transporte e a distribuição.

Os pesquisadores acreditam que o sucesso dessa terapia preventiva se deveu, pelo menos em parte, à facilidade da aplicação de seis injeções por ano comparada à difícil adesão à pílula diária. No Brasil, o esquema com os comprimidos está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde.

 “Sabemos que a adesão a uma pílula diária continua a ser um desafio, e um produto injetável eficaz como o Cabotegravir de ação prolongada é uma opção adicional de prevenção do HIV muito importante”, afirmou Dra. Sinead Delany-Moretlwe, presidente do protocolo HPTN 084, diretora de pesquisa do Instituto Wits de Saúde Reprodutiva e HIV e professora pesquisadora da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, África do Sul.

Ter uma opção de prevenção bem-sucedida para mulheres cisgênero é crucial; mulheres e meninas representaram metade de todas as infecções por HIV em 2019 e meninas adolescentes na África são desproporcionalmente afetadas pela Aids.

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