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A importância da vacinação para pessoas com HIV

A imunização é fundamental para as pessoas que vivem com o vírus HIV é fundamental para prevenir infecções oportunistas e manter a saúde. Por isso, médicos dizem que as vantagens em vacinar superam os riscos e que as vacinas são essenciais para garantir a qualidade de vida.

Como as vacinas funcionam?

Ao invadir um organismo, bactérias e vírus se multiplicam e atingem diferentes estruturas e órgãos. Para proteger a saúde, as vacinas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos, agentes de defesa que atuam contra os micróbios que provocam doenças infecciosas. Elas são produzidas a partir de componentes do próprio agente agressor ou de um agente semelhante para que o organismo “aprenda” a combater essa ameaça.

Por causa da imunossupressão, pessoas vivendo com HIV podem apresentar respostas menos eficientes a essas substâncias ou passar por efeitos colaterais mais fortes. Por isso, é importante que o médico faça uma avaliação para saber qual tipo de vacina deve ser aplicada. Ele deve considerar a contagem das células CD4, que são linfócitos que combatem as infecções e são peças-chave do sistema imunológico.

A maioria das vacinas protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O pequeno percentual de não protegidos se deve a muitos fatores – alguns estão relacionados com o tipo da vacina, outros, com o organismo da pessoa vacinada que não produziu a resposta imunológica adequada.

Quanto à segurança, ou seja, à garantia de que não vai causar dano à saúde, é importante saber que toda vacina, para ser licenciada no Brasil, passa por um rigoroso processo de avaliação realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa os dados das pesquisas, que demonstram os resultados de segurança e eficácia da vacina obtidos em estudos com milhares de humanos voluntários de vários países. O objetivo é se certificar de que o produto é de fato capaz de prevenir determinada doença sem oferecer risco à saúde.

As vacinas podem ser atenuadas ou inativadas.

Vacinas atenuadas – o vírus ou bactéria é atenuado, diminuindo o poder infeccioso;

Vacinas inativadas – os microrganismos são mortos, o que elimina o poder infeccioso dessa substância. É a vacina mais indicada para pessoas com HIV. Às vezes, é preciso aplicar mais de uma dose.

Se o número de células CD4 for muito baixo, é melhor evitar vacinas com versões atenuadas do vírus já que elas podem representar um perigo à saúde dessas pessoas.

É importante destacar que a imunodepressão pode contraindicar a administração de algumas vacinas ou exigir precauções. Além disso, a eficácia da vacinação pode variar de acordo com o tipo de vacina utilizado e/ou a condição imunológica do indivíduo, o que pode tornar necessária a adaptação do calendário vacinal e a adoção de esquemas de doses diferentes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização, as vacinas especialmente recomendadas para adultos são:  Influenza (gripe), pneumocócicas, Hepatite B, Hepatite A, meningocócica conjugada, meningocócica B e HPV.

Precauções e contraindicações

  • Vacinas tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), varicela e febre amarela: a recomendação ou contraindicação deve ser orientada pelo(a) médico(a), de acordo com o grau de imunossupressão.
  • Herpes zóster: vacinar maiores de 50 anos com infecção assintomática, em uso de terapia antirretroviral, com carga viral muito baixa ou indetectável e uma contagem CD4+ de ≥350 por μL.
  • Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola, varicela): não recomendada, mesmo para imunocompetentes, pois não há dados suficientes sobre eficácia para pessoas que vivem com HIV.



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