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Metabolismo da glicose pode indicar esconderijo do vírus HIV

Em 1983, cientistas identificaram o HIV como o vírus causador da aids. Apesar das inúmeras pesquisas feitas desde então, ainda não foi possível encontrar uma cura para a doença. Mas, agora, parece que estamos um pouco mais perto dessa conquista, conforme mostra um artigo publicado nesta terça-feira (20) no periódico EMBO Molecular Medicine.

Um dos grandes obstáculos para encontrar uma cura para a infecção está relacionado ao comportamento do HIV: o vírus consegue introduzir seu material genético em genes humanos e permanecer “oculto”, escapando da vigilância imunológica do nosso organismo. Dessa forma, as células podem persistir silenciosamente infectadas por um período indeterminado.

Para ajudar a solucionar esse problema, o time internacional de pesquisadores, que inclui membros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), propõe a observação do estado metabólico das células. “O metabolismo celular é a nova fronteira na luta contra muitas enfermidades”, afirma, em nota, o pesquisador italiano Iart Luca Shytaj, professor visitante da Unifesp.

No estudo, os especialistas notaram que os reservatórios virais, onde o HIV pode se esconder e resistir a medicamentos antirretrovirais, são caracterizados por uma alteração no metabolismo da glicose. Como consequência, as células contaminadas pelo vírus dependem de vias alternativas para metabolizar o açúcar.

A partir disso, os pesquisadores concluíram que combinar drogas capazes de inibir as vias alternativas pode ser um bom caminho para eliminar as células infectadas. E a ideia já está saindo do papel. “A descoberta neste estudo integra bem os resultados do nosso ensaio clínico”, comenta o pesquisador Ricardo Sobhie Diaz, professor da Unifesp.

De acordo com ele, o estudo mostra como o efeito da auranofina, medicamento que já apresentou bons resultados em ensaios clínicos anteriores, pode ser reforçado, e confirma a importância do metabolismo da glicose na infecção causada pelo HIV. Explorando essa alternativa, um novo ensaio clínico está programado para começar em 2022 na Universidade Federal de São Paulo.

Fonte: Revista Galileu

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