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A hora de contar à criança sobre o seu diagnóstico

A curiosidade tão presente e tão marcante na infância vai fazer que, um dia, uma criança com HIV pergunte aos adultos o motivo dela precisar de remédios, exames frequentes e consultas médicas.  

Em recente reportagem publicada pelo UOL, que abordou o tema HIV em crianças, a orientação é de que o momento conte com uma equipe multidisciplinar, franqueza e informação. Ao UOL, Aroldo Prohmamm de Carvalho, infectologista pediatra, professor titular de pediatria da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e titular do Departamento Científico de Infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), disse que são usados materiais lúdicos com animações, histórias em quadrinhos, falar que os soldadinhos do corpo dele estão com problemas de defesa etc.

Mas é verdade que algumas famílias optam pela omissão, fato que é desaconselhado pelos médicos. Empoderar o paciente é outro passo importante para ele ser um aliado e saber lidar com a patologia, na opinião do também médico Fabrício Silva Pessoa, infectologista pediatra do Hospital Universitário da UFMA (Universidade Federal do Maranhão).

Segundo ele, às vezes, ao receber a notícia, o jovem já incorporou o diagnóstico. Ficou sabendo na escola, na internet. A idade depende muito da maturidade, mas por volta dos 10, 12 anos, acontece essa conversa. De forma tranquila e sem traumas. Ter HIV não é mais sentença de nada e, com o tratamento adequado, a carga viral é indetectável.

Vale lembrar que a rotina do paciente depende do quadro de saúde. E, por esta razão, é personalizada. Em média, as consultas e exames ocorrem a cada três ou seis meses. A própria equipe do serviço de saúde que assiste a esse paciente, com certeza, terá um papel importante nesse processo.

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